A partir das 08h desta quarta-feira, 13 de abril, pescadores artesanais e quilombolas de vários municípios de Sergipe e da região metropolitana do Rio de Janeiro, com o apoio da 350.org, farão um protesto em frente ao Windsor Barra Hotel, na capital fluminense, para exigir respeito às suas comunidades e o fim da extração de petróleo e gás em áreas que afetam as populações tradicionais.
No hotel, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizará, na mesma manhã, a sessão pública de apresentação de ofertas do 3º Ciclo da Oferta Permanente sob o regime de concessão. Empresas do setor apresentarão propostas pelo direito à exploração de petróleo e gás em 379 blocos, de bacias sedimentares localizadas em dez Estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os manifestantes fazem parte de populações já prejudicadas pelas empresas de petróleo e gás que atuam em suas regiões. No caso das comunidades tradicionais de Brejo Grande, seu direito à consulta quanto a empreendimentos que possam afetar seu território está sendo desrespeitado pela ExxonMobil, que tenta avançar com um projeto de perfuração de 11 poços exploratórios na Bacia Sergipe-Alagoas, adquiridos em rodadas anteriores de leilões da ANP.
Além de pedir a interrupção da atividade da ExxonMobil na Foz do Rio São Francisco, os participantes do protesto também denunciarão a expansão do risco socioambiental da extração de combustíveis fósseis em todo o Nordeste do Brasil, promovida pela ANP e pelas companhias de petróleo e gás. Dos 379 blocos ofertados nesta rodada, 326 (86%) localizam-se em estados nordestinos.
Já para as comunidades pesqueiras do Grande Rio de Janeiro, os impactos chegam por meio dos frequentes vazamentos de óleo na Baía de Guanabara, das interdições à navegação de pequenas embarcações em determinados pontos e das agressões aos líderes comunitários que se organizam para exigir melhorias das condições de vida.
Ativistas da 350.org estarão presentes para apoiar a defesa dos territórios tradicionais e lembrar que o leilão da ANP está sendo realizado na semana seguinte à divulgação de mais um relatório alarmante do IPCC, o painel de cientistas do clima da ONU. No documento, os especialistas reafirmam que todos os países precisam promover uma substituição drástica e urgente de petróleo, gás e carvão por energias renováveis, o oposto do que o governo brasileiro vem fazendo.
“É triste e simbólico que esse leilão ocorra no Rio de Janeiro, poucas semanas após o interior do estado sofrer com as enchentes históricas que arrasaram bairros inteiros. A crise climática agrava os extremos climáticos, por isso, deveríamos estar plantando soluções hoje, para evitar que amanhã tenhamos tragédias ainda piores”, afirma Ilan Zugman, diretor da 350.org na América Latina.
Nas redes sociais, a 350.org está promovendo uma petição em apoio às comunidades que exigem o fim da exploração de petróleo e gás em seus territórios. Na quarta-feira, também será possível demonstrar apoio aos manifestantes que estarão no leilão da ANP publicando mensagens com a hashtag #LeilãoFóssilNão.
Veja mais informações sobre o protesto.
- Entrevistas: Representantes das comunidades pesqueiras e quilombolas estarão disponíveis para conversar com jornalistas no local e por telefone.
- Fotos e vídeos: A 350.org disponibilizará fotos e vídeos do protesto, nesta pasta, a partir das 11h desta quarta-feira.
- Aviso de pauta:
O quê: Protesto de quilombolas, pescadores artesanais e ativistas climáticos contra o leilão da ANP, por territórios livres de petróleo e gás e pela transição energética já
Quando: 4a-feira, 13 de abril, a partir das 08h
Onde: Em frente ao Windsor Barra Hotel – Av. Lúcio Costa, 2630, Barra da Tijuca , Rio de Janeiro (RJ)
Contato no local: Renata Padilha, da 350.org: (51) 99206-2626
Informações para a imprensa
Peri Dias
Comunicação da 350.org na América Latina
[email protected] / +351 913 201 040