18 janeiro, 2017

Em resposta ao anúncio da Organização Meteorológica Mundial sobre a situação do clima global, que confirma 2016 como o ano mais quente já registrado, a 350.org emitiu a seguinte declaração:

Para divulgação imediata

18 de janeiro de 2017

 

“2016 foi o ano em que as mudanças climáticas assumiram o controle do mundo de maneira mais clara do que nunca, com sérias consequências humanitárias e ambientais. Nenhuma parte do planeta pode mais evitar ser afetada por mudanças climáticas mais fortes e velozes do que muitos cientistas previram, e cujos impactos estão causando danos mais graves justamente às comunidades mais vulneráveis. Tão importante quanto notar que o recorde foi quebrado mais uma vez é ressaltar eloquentemente o que precisa ser feito para conter essa destruição: precisamos manter os combustíveis fósseis no subsolo. Para ser ainda mais claro, isso significa parar todos os novos projetos envolvendo petróleo, carvão e gás.

Décadas de progresso por parte de cientistas e engenheiros tornaram as energias renováveis a fonte de energia mais limpa e barata do mundo, criando um impulso tecnológico que se alinha ao movimento de milhões de pessoas do mundo todo exigindo ações climáticas. Os representantes eleitos precisam considerar com atenção este impulso — não custará nada ao planeta manter os combustíveis fósseis no subsolo, mas custará muito se os extrairmos”, afirmou Aaron Packard, coordenador do Programa de Impactos Climáticos da 350.org.

Em todo o mundo, eventos climáticos como tempestades, secas, enchentes e incêndios levam à perda de vidas humanas e ameaçam ecossistemas e os meios de subsistência de milhões de pessoas.

 

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Principais impactos climáticos de 2016

  • O Departamento Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos declarou que 2016 foi o segundo ano mais quente já registrado no país. 15 desastres climáticos causaram a morte de 138 pessoas, e mais de 46 bilhões de dólares em estragos.
  • No último mês de novembro, a Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) publicou uma declaração provisória para 2016, para fornecer informações aos participantes da Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, em Marrakesh, no Marrocos (COP22). A declaração final será publicada no começo de 2017. Pela primeira vez, o relatório considera os impactos causados pelos seres humanos. Os impactos ressaltados na declaração são:
    • A seca mais grave que já afetou boa parte do sul do continente africano.
    • A bacia do rio Yangtzé, na China, teve a sua enchente mais significativa desde 1999.
    • Ondas de calor severas atingiram a África do Sul, e as altas temperaturas bateram os recordes nacionais no Kuwait, Irã, Tailândia e Índia.
    • O pior incêndio florestal da história do Canadá atingiu uma área próxima a Fort McMurray, em Alberta.
    • O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR, na sigla em inglês) informou que danos relacionados a eventos climáticos provocaram o deslocamento de 14,7 milhões de pessoas em 2015, e que nenhuma região do mundo ficou sem ser afetada.
    • 24 milhões de pessoas foram consideradas em situação de insegurança alimentar como consequência das secas no leste africano.
  • A Grande Barreira de Corais sofreu seu pior branqueamento já registrado, e 92% dos corais foram afetados. Seis meses depois do branqueamento, cientistas descobriram que dois terços da parte norte da barreira de corais está morta.