14 julho, 2020

Guedes e ministros do G20 têm a obrigação de promover uma virada no combate à pandemia e à crise climática

Reunidos em 18 de julho, Paulo Guedes e outros representantes das maiores economias do mundo precisam oferecer uma resposta coordenada, que acelere o apoio às famílias mais vulneráveis e a transição para uma economia de baixo carbono 

São Paulo, 14 de julho – A reunião do G20 marcada para 18 de julho trará aos ministros de Estado e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo a oportunidade de fazer jus aos cargos que ocupam e oferecer aos cidadãos de seus países uma resposta coordenada às duas maiores crises da atualidade: a pandemia do coronavírus e a emergência climática.

Em um momento em que o Covid-19 tira a vida de centenas de milhares de pessoas e amplia as desigualdades, o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e os representantes de outros Estados têm a obrigação de apresentar uma resposta conjunta e corajosa, que acelere, ao mesmo tempo, o apoio às famílias mais vulneráveis e a transição para uma economia de baixo carbono.

“As decisões do G20 podem moldar o futuro do planeta pelos próximos anos, por isso, os governos não podem se dar ao luxo de repetir os erros da resposta à crise de 2008, quando injetaram bilhões de dólares em socorro a bancos e nada fizeram pelo clima. É hora de uma recuperação justa, que crie resiliência ambiental e melhore a vida das pessoas”, afirma Ilan Zugman, diretor interino da 350.org na América Latina.

Para pressionar os participantes da reunião a usarem o dinheiro público de forma responsável e efetiva, a 350.org e organizações ambientais locais dos países do G20 estão promovendo uma campanha virtual liderada por cidadãos, que inclui uma petição para os representantes de Estado, um “tuitaço” e oportunidades de manifestação pelas redes sociais (ver abaixo).

A 350.org também já divulgou uma carta aberta aos governos para pedir que levem em conta cinco princípios para uma recuperação justa frente à Covid-19.

Oportunidade histórica de virada

Nos últimos anos, países do G20 têm feito muito menos do que poderiam para reduzir suas emissões de gases causadores das mudanças climáticas. 

Um estudo das ONGs Oil Change International e Friends of the Earth US, divulgado em maio com apoio da 350.org, mostrou que os governos do grupo destinaram, por meio de instituições financeiras públicas, pelo menos US$ 77 bilhões anualmente para o financiamento de projetos de óleo, gás e carvão, desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015. O valor equivale ao triplo do que os mesmos países disponibilizaram para o financiamento de energias limpas nesse período. 

No entanto, a resposta à pandemia trouxe uma oportunidade inédita de mudança. As nações mais ricas do mundo estão investindo trilhões de dólares em pacotes de estímulo econômico, e países da União Europeia estão revisando suas metas de cortes de emissão para torná-las mais ambiciosas. 

Simultaneamente, a indústria de combustíveis fósseis amarga prejuízos históricos, depois de décadas alimentando a crise climática, enquanto ganham corpo as promessas de aporte de governos e empresas em energias renováveis e meios de transporte mais sustentáveis.

“Há várias medidas que podem ajudar a resolver, ao mesmo tempo, as crises climática e econômica. Não dá mais para adiar essa virada positiva no Brasil e em todos os países do G20. É hora de os gigantes econômicos globais impulsionarem uma transformação na forma como produzimos e vivemos”, afirmou Ilan Zugman.

Informações para a imprensa

Peri Dias
Comunicação da 350.org na América Latina
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