RESUMO: Em mais um ato de violência contra comunidades que denunciam a poluição da Baía de Guanabara pela indústria fóssil, um pescador em serviço foi atingido na cabeça por uma bala de borracha, que partiu de patrulheiros da Marinha. A 350.org apoia os moradores da região em sua demanda por uma apuração justa e ágil dessa agressão.
Rio de Janeiro – Diante de mais um ato de agressão a pescadores artesanais que trabalham na Baía de Guanabara, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a 350.org vem a público demonstrar solidariedade às comunidades pesqueiras da região e reforçar os pedidos por respeito aos direitos dessas famílias e por uma investigação dos acontecimentos justa e ágil.
O episódio mais recente de violência ocorreu na madrugada de sábado para domingo (08/03). Edilson Aderaldo Marques Filho e um irmão foram alvejados por tiros de bala de borracha, enquanto pescavam em uma zona da Baía de Guanabara próxima a uma área da Marinha e de terminais de exploração de petróleo e gás, na região de Magé, na Baixada Fluminense.
Edilson foi atingido em uma costela e duas vezes na cabeça, em uma delas próximo ao olho esquerdo, e corre o risco de sofrer danos à visão. O pescador foi levado a um hospital em Duque de Caxias e seguia internado até a noite de terça-feira (10/03). Os tiros partiram de patrulheiros da Marinha, que ainda teriam tentado intimidar os irmãos, ao perceberem que a abordagem estava sendo filmado.
Em um vídeo gravado pelos pescadores, é possível ouvir um homem, que seria um patrulheiro da Marinha, gritando para os irmãos: “Larga o celular, cidadão” e “Desliga esse telefone”.
Edilson é um dos fundadores da Associação dos Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara (Ahomar), organização comunitária que trabalha pela garantia dos interesses dos pescadores, incluindo os direitos a pescar nas áreas permitidas por lei sem sofrer intimidações e de seguir denunciando a poluição marinha causada por empresas dos setor fóssil.
“A 350.org junta-se à Ahomar no pedido às autoridades federais e estaduais para que a apuração do ataque aos pescadores se dê de maneira justa e tão ágil quanto possível. Além disso, exigimos que as empresas que atuam na região e as autoridades competentes garantam o fim das ameaças e agressões às comunidades da região”, afirma Nicole Oliveira, diretora da 350.org na América Latina.
Já bastante vulneráveis por causa da insuficiência de serviços públicos adequados no local onde vivem, os moradores que dependem da pesca na Baía de Guanabara relatam um longo histórico de agressões por parte de agentes públicos e privados, como consequência das denúncias de violações à legislação ambiental que eles encaminham às autoridades.
Leia mais informações neste blog post
Contato para a imprensa
Peri Dias
Comunicação da 350.org na América Latina
E-mail: [email protected]
Telefone: +591 7899-2202