WASHINGTON, DC — Há um ano, o anúncio feito por Donald Trump de que os Estados Unidos sairiam do Acordo de Paris impulsionou uma série de compromissos e ações de diversas cidades, estados, empresas, universidades e comunidades em todo o país. Todos os outros países imediatamente se comprometeram a avançar independente dessa decisão, embora o progresso tenha ficado aquém do necessário para evitar os piores impactos da crise climática global.
No próximo dia 8 de setembro, movimentos populares em todo o mundo vão pressionar por uma liderança climática real antes do prazo de 2020 estabelecido pelo Acordo, através de uma mobilização global maciça chamada Una-se pelo Clima (ou Rise for Climate, em inglês).
“Um ano atrás, dissemos que iríamos aproveitar a indignação pública quanto à decisão de Trump para gerar uma onde de ações locais reais e significativas – e foi o que fizemos. Todos os dias vemos novos grupos se formando e obtendo grandes vitórias contra projetos e investimentos em combustíveis fósseis. Enquanto milhares de pessoas estão se mobilizando em todo o mundo, testemunhamos o franco declínio da indústria de combustíveis fósseis. Estamos aqui para lembrar aos líderes mundiais que precisamos de ações tangíveis, não apenas palavras vazias”, comentou May Boeve, diretora-executiva da 350.org.
O que aconteceu desde o anúncio da Casa Branca:
-
A criação de empregos no setor de energia renovável manteve o crescimento da economia dos EUA, confirmando uma tendência mundial: no mundo inteiro já existem 10 milhões de empregos no setor.
-
Cidades como Nova York e Londres, bem como universidades e fundos de pensão tomaram medidas para desinvestir seus fundos das reservas de combustíveis fósseis. Nova York processou as cinco maiores companhias de petróleo e Paris está considerando fazer o mesmo.
-
Oito capitais e metrópoles africanas comprometeram-se recentemente a atingir a neutralidade do carbono até 2050, juntando-se a um grupo crescente de cidades grandes e pequenas em todo o mundo.
-
Novos projetos de combustíveis fósseis em todo o mundo têm encontrado forte resistência popular, desde o gasoduto Kinder Morgan, no Canadá, até as gigantes Adani, na Austrália, e KeystoneXL, nos Estados Unidos, além de outros gasodutos na Europa. Enquanto isso, bancos e seguradoras são pressionados a rever suas políticas ambientais e climáticas.
O que vem pela frente: Una-se pelo Clima
A Cúpula Global de Ação Climática, organizada pelo governador da Califórnia, Jerry Brown, para acontecer entre os dias 12 e 14 de setembro, visa mostrar os esforços dos governos locais e regionais, bem como da comunidade empresarial, no combate às mudanças climáticas.
Em 8 de setembro, pessoas de todo o mundo realizarão reuniões, comícios, passeatas e tomarão medidas para exigir dos governantes uma verdadeira ação climática na conferência e para além dela. As comunidades que participam da mobilização global Una-se pelo Clima estarão pressionando para garantir uma transição rápida e justa para uma economia 100% baseada em energias renováveis, livres e acessíveis para todos, além da paralisação de todos os projetos com combustíveis fósseis, antigos e novos.
##
CONTATO:
Nathália Clark, coordenadora de comunicação da 350.org Brasil e América Latina, [email protected] / +55 61 98160-5551