Foz do Iguaçu foi uma das sete cidades a receber o Rumo a Brasília 2018, evento preparatório para o 8º Fórum Mundial da Água. O objetivo é capacitar e conscientizar a sociedade sobre a água, precioso recurso, fundamental para o desenvolvimento social, econômico e sustentável de qualquer nação.
Como um esquenta para o Fórum o encontro buscou integrar estudantes, pesquisadores, o governo, diversas empresas, associações e organizações não governamentais, além da sociedade civil. Foram discutidas propostas e soluções nas esferas econômica, política, tecnológica e cultural, para levar a Brasília.
Foram realizados três painéis ao longo do dia, que debateram temas como segurança hídrica, gestão participativa e desenvolvimento sustentável. As mudanças climáticas também foram abordadas, bem como a importância de ações de mitigação.
Os jovens tiveram uma importante participação no encontro e dominaram os debates. Para Karini Scarpari, do Coletivo Jovem da Bacia do Paraná, é importante dar espaço aos jovens para que apresentem contribuições e mais soluções possam ser debatidas. “Quando se dá condições aos jovens, eles têm como atuar e apresentar resultados incríveis”, destaca.
8º Fórum Mundial da Água vem aí!
Pela primeira vez o Fórum Mundial da Água vai acontecer no Hemisfério Sul e deixará um importante legado para o Brasil. “Compartilhando Água” será o tema dessa oitava edição, que vai acontecer entre os dias 18 a 23 de março em Brasília, e reunirá representantes de diversos países.
Segundo Glauco Kimura, do secretariado do 8° Fórum Mundial da Água, “o Fórum é para todos: governos, empresários, organizações da sociedade civil, profissionais liberais e cidadãos. Todos estão convidados para participar”. Na programação estão previstos mais de 200 debates e atividades educativas, informativas e culturais.
Para Suelita Röcker, coordenadora de engajamento e comunidades da Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (COESUS) e da 350.org Brasil, o Fórum será uma oportunidade para falar sobre a ameaça de contaminação das águas pela técnica do fraturamento hidráulico, o fracking, usado em projetos de exploração não convencional de petróleo e gás. “É importante levar o fracking para os debates nas oficinas durante o Fórum. Se queremos defender a água, precisamos impedir a sua contaminação. Fazemos isso informando as pessoas sobre os riscos que esse método apresenta para a água, e à saúde humana também”, afirma.
Outro desafio que temos pela frente é a proteção das águas subterrâneas. Segundo Ricardo Hirata, vice-diretor do Centro de Pesquisas de Água Subterrâneas da USP, para que uma sociedade tenha mais segurança hídrica, é preciso utilizar os recursos de forma inteligente. “Para períodos de estiagem, mais água subterrânea; para período de chuvas, a água mais barata é a superficial. O balanço desses dois recursos vai permitir que as cidades sejam mais inteligentes e resilientes”, analisa Hirata.
O Aquífero Guarani é um grande exemplo de recurso que precisa ser protegido. Ele é uma das principais reservas de água doce do planeta, com presença na Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil, e que corre o risco de ser contaminado pela indústria do petróleo e do fracking.
“A 350.org América Latina e a Coalizão Latino-Americana contra o Fracking têm feito esforços para realizar campanhas contra o fracking e em defesa do Aquífero Guarani, como forma de promover a defesa da água, da vida e do meio ambiente, além de contribuir para uma transição para fontes de energia 100% renováveis, livres e justas para todos”, explica Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil e América Latina.
Continue acompanhando a 350.org Brasil e fique por dentro das ações que vão acontecer no mês de março!