Passamos por um momento preocupante e triste da nossa história. Preocupante, porque cada vez mais e de forma mais intensa, os eventos climáticos extremos tem acontecido. Triste, porque cada vez mais estes eventos extremos têm feito vítimas fatais, arrasando cidades, e destruindo sonhos.
As chuvas torrenciais de forma simultânea no Rio Grande do Sul, na Líbia, Espanha, China e Grécia, não podem ser consideradas meras coincidências. Estamos falando dos efeitos claros, e devastadores das mudanças climáticas que há tempos denunciamos e cobramos ações efetivas dos governos. E pra surpresa de ninguém, também denunciamos os principais causadores desta crise ambiental e humanitária – os combustíveis fósseis.
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Nestes últimos dias, muito ouvimos falar sobre MITIGAÇÃO e ADAPTAÇÃO às mudanças climáticas. Fiquemos atentos! Estes são termos que são usados pelos responsáveis da crise para não tratar das CAUSAS das mudanças climáticas, e principalmente, para não falar sobre a política dos combustíveis fósseis, que corrompe, sequestra e destrói democracias.
Segundo Glossário da Justiça Climática , “A mitigação, como meta climática nacional oficial, significa tentar tornar as mudanças climáticas menos ruins… E assim, continuar a extrair e queimar combustíveis fósseis.”
Assim como continuar a explorar carvão, esta é uma lógica perversa, e assim como o estado do Rio Grande do Sul não é o principal responsável pelo aquecimento global, ele pode ajudar a contê-lo, diante de um pacto político social.
São Sepé alertou, é hora do estado do Rio Grande do Sul reconhecer a Emergência Climática Global, e com isso pôr em prática um plano de ação que por princípio, não autorize a abertura de mais nenhuma mina de carvão em todo o estado, e ainda, não admita que seu litoral seja tomado pela exploração de petróleo, na bacia de pelotas.
Combater as causas das mudanças climáticas (combustíveis fósseis) é urgente e necessário, pois caso isso não ocorra, estes eventos serão cada vez mais intensos e cada vez mais imprevisíveis como o que aconteceu em terras gaúchas, e o Rio Grande do Sul, como pioneiro das legislações de defesa do meio ambiente, pode novamente dar um exemplo a todo país, no compromisso com uma transição energética justa e popular e com um pacto político e social para não proliferação dos combustíveis fósseis. Os exemplos estão postos, ou agimos, ou morremos.
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*Renan Pereira é Gestor Ambiental, ativista climático e organiser na 350.org Brasil.
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