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Este ano, mais uma vez, o movimento climático deu grandes passos. E embora o colapso do clima esteja pior do que nunca, essas vitórias nos trazem esperança e mostram o que é possível quando agimos juntos.

• Parlamentares de vários países trocaram experiências sobre ações pelo clima

Através da iniciativa Legisladores x el ambiente, impulsionada pela 350.org América Latina, organizamos fóruns globais a favor da justiça climática, pela promoção de uma transição energética para um mundo livre de combustíveis fósseis e pela ratificação do Acordo de Escazú na América Latina. Através desses espaços, conectamos legisladores da nossa região, os quais trouxeram exemplos do que estão desenvolvendo em seu país em prol do clima e debatemos sobre a importância da amplificação dessas ações em todos os lugares. Você pode assistir aos dois últimos encontros através da nossa página no Facebook: Transición justa en contexto de emergencia climática y alternativas para el futuro e El Acuerdo de Escazú y el desarrollo en América Latina y Caribe – Un llamado a ratificar y adherir el Acuerdo de Escazú. 

• Uma pequena cidade gaúcha desafiou o lobby do carvão e deu mais um impulso à transição energética no estado

No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, São Sepé (RS) se tornou a segunda cidade do Brasil e a primeira da Região Sul a reconhecer a emergência climática global. A partir da publicação do decreto, que teve apoio técnico da 350.org e apoio do grupo São Sepé Sustentável, a Prefeitura de São Sepé passa a definir como prioridade a ampliação da busca por investimentos em energias renováveis e trabalhar pela diversificação das fontes de emprego e renda para os cerca de 25 mil habitantes de São Sepé, caminhando no sentido oposto aos de outras regiões do Rio Grande do Sul, onde empresas da cadeia do carvão tentam expandir suas atividades, em alguns casos com o incentivo dos governos municipais e estadual. 

Para trazer visibilidade ao decreto e mostrar que outros municípios do RS podem e devem seguir o exemplo de São Sepé, o movimento climático Eco Pelo Clima, do Fridays For Future Brasil, com apoio da 350.org reuniu cerca de 500 pessoas de todo o estado para marchar pela cidade na MAIOR Greve Global Pelo Clima do Brasil! 

• Banco BNDES deixou de financiar térmicas a carvão após pressão

Para que a indústria de combustíveis fósseis continue seus projetos destrutivos, elas precisam de financiamento dos bancos. No ano de 2021, focamos em campanhas e ações que exigiam aos bancos brasileiros que parassem de financiar petróleo, óleo e gás e tivemos resultados incríveis. Um deles foi a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em acabar com créditos para usinas térmicas a carvão. O anúncio ocorreu após diversas pressões da sociedade civil, ONGs e comunidades impactadas. Em 2020, a 350.org e a Associação dos Homens e Mulheres do Mar da Baía da Guanabara (Ahomar) realizaram um protesto na frente da sede do BNDES segurando um cheque gigante que fazia referência aos mais de R$ 90 bilhões que o BNDES destinou a combustíveis fósseis, entre 2009 e 2019.

• Inspiração e aprendizado para milhares de pessoas

Entre os dias 9 e 11 de abril, milhares de pessoas ao redor do mundo se reuniram para reimaginar coletivamente o nosso futuro. O Encontro Global por uma Recuperação Justa foi um evento online, com mais de 20,000 pessoas inscritas de todo o mundo, repleto de oficinas interativas, atividades culturais e treinamentos práticos. Foi um SUCESSO! 

Você ainda pode ter acesso aos vídeos de cada sessão, desenvolver suas habilidades com nossos recursos gratuitos e ver quais palestrantes e artistas estiveram conosco nesse dia tão importante, basta acessar o nosso site. Você também pode ler carta aberta sobre os Princípios para uma #RecuperaçãoJusta diante do COVID-19. 

 

 

 

 

 

 

 

 

• Áreas de extrema riqueza ambiental ficaram livres de petróleo e gás após pressão do movimento

Em outubro deste ano, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou um leilão para disputa de exploração de produção de petróleo e gás que poderia ter colocado em risco de destruição algumas das áreas oceânicas mais importantes para a biodiversidade e a pesca no Norte, Nordeste e Sul do Brasil. Os 92 blocos leiloados estavam localizados nas bacias sedimentares de Campos, Santos, Potiguar e Pelotas, e após manifestações da sociedade civil, ONGs, movimentos e comunidades impactadas, o leilão fracassou ao vender apenas dois blocos, e nenhum deles se encontravam em áreas novas para a exploração fóssil.

Em dezembro deste ano, estivemos novamente em frente ao Hotel Windsor, onde acontecem os leilões da ANP, para nos manifestarmos contra a Cessão Onerosa que leiloava a exploração de 5 bilhões de barris em áreas de pré-sal. Pescadores e pescadoras da Associação dos Homens e Mulheres do Mar da Baía da Guanabara (Ahomar) tomaram a frente na organização da ação e mostraram o poder da sua resistência exigindo o fim de novos projetos de petróleo e gás.

• Governo do RS retira apoio a Mina Guaíba

Após polêmicas ambientais, ações na justiça, mobilização da sociedade civil organizada e ONGs ao longo de dois anos, o projeto para extrair carvão da região metropolitana de Porto Alegre perdeu o apoio do governo do estado do Rio Grande do Sul.

A Mina Guaíba seria a maior mina de carvão a céu aberto na América Latina, e entre os problemas que o projeto traria, estão: contaminação do Delta do Rio Jacuí, contaminação de pessoas e animais do entorno da mina, desapropriação de pessoas que moram na redondeza, impactos ambientais, drenagem ácida e ainda desrespeita direitos dos povos indígenas. A 350.org e parceiros vêm resistindo para derrubar o projeto há anos e essa notícia no ano de 2021 é um sopro de esperança para que tenhamos um 2022 sem novos projetos de combustíveis fósseis.

Para garantir a proteção dos direitos dos povos indígenas da Convenção 169, o povo Mbya Guarani do RS lançou o primeiro Protocolo de Consulta Prévia do estado. O documento define como as comunidades indígenas Mbya Guarani esperam participar de debates e decisões sobre obras de infraestrutura, mineração e outras atividades econômicas e medidas administrativas que os impactem, especialmente aquelas no entorno das terras onde vivem ou que podem afetar seu modo de vida a partir de danos ao meio ambiente e à sua cultura.

 

• BTG Pactual ouviu sobre os reais impactos do financiamento que eles dão ao petróleo e gás na Amazônia

Em novembro deste ano, durante a COP 26, indígenas, ativistas pelo clima e representantes da sociedade civil se reuniram em frente à sede do BTG Pactual, maior banco de investimento da América Latina, para solicitar que a empresa retire o investimento de 21,53% de participação da empresa Eneva. A empresa é a maior operadora privada de gás do Brasil, dona de duas termelétricas a carvão e responsável pela compra de blocos para a exploração de petróleo e gás na Amazônia.

Durante a manifestação, uma carta assinada pelo Coordenador da Coordenação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (COIPAM), Cacique Jonas Mura e pelo Presidente da Federação do Povo Huni Kui do Estado do Acre (FEPHAC), Ninawa Inu Pereira Nunes Huni Kui, destinada ao CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, foi entregue. 

O protesto ocorreu em meio à COP26, e fez parte de uma onda de ações visando revelar instituições financeiras que continuam a apoiar a indústria de combustíveis fósseis.

O ano de 2021 foi marcado por momentos incríveis. Sabemos que os desafios de 2022 serão igualmente desafiadores e, juntes, faremos o próximo ano ser AINDA MAIOR. Conecte-se conosco em nosso Instagram @350americalatina, fique a par de nossas ações, acontecimentos e formas de engajamento. Que venha 2022!