A delegação da 350.org América Latina acompanhará e levará reivindicações à Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-25), que acontece entre 2 e 13 de dezembro em Madri, na Espanha, com convidados especiais que reforçam a importância dos povos indígenas no papel histórico de defensores climáticos.  Neste grupo, estão representantes de diferentes povos e organizações indígenas que ecoarão suas vozes no contexto da arena das negociações climáticas entre as cerca de 200 nações. Conheça um pouco sobre uma dessas vozes – da jovem Luana Kaingang, que integra o coletivo indígena da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ela mora na aldeia Tupe Pēn, na região metropolitana de Porto Alegre. Seu povo atualmente vive em diferentes estados. Além do RS, na região sul de São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina.

Luana Kaingang

Crédito da foto: Mídia Índia

Qual é a trajetória de Luana Kaingang? 

Atualmente é graduanda do curso de odontologia e além de sua atuação no coletivo indígena, é colaboradora da Comissão Nacional da Juventude Indígena.

Quais são as causas que mobilizam Luana Kaingang?

“A nossa luta indígena, hoje e desde 1500 anos, sempre é a defesa dos nossos territórios e de nosso meio ambiente. Essa conexão com o sagrado, o invisível que faz o bem-viver do nosso corpo e do nosso espírito. Onde o nosso bem mais precioso está se esgotando. Precisamos nos manter em pé para a defender o futuro dos nossos filhos! Minha trajetória já estava traçada pelos nossos ancestrais quando nos deixaram essa força para continuarmos essa luta pela Mãe terra!” 

Qual é a mensagem de Luana Kaingang rumo à COP-25?

“A defesa dos nossos corpos e de nossos espíritos vem da nossa Mãe terra. O bem-viver dos povos indígenas e dos não indígenas respiram e vivem até hoje por mantermos em pé nossas florestas, rios e terra!”

Sobre a 350.org e as mudanças climáticas

A 350.org é um movimento global de pessoas que trabalham para acabar com a era dos combustíveis fósseis e construir um mundo de energias renováveis e livres, lideradas pela comunidade e acessíveis a todos. Nossas ações vêm ao encontro de medidas que visem inibir a aceleração das mudanças climáticas pela ação humana, que incluem a manutenção das florestas.

Desde o início, trabalha questões de mudanças climáticas e luta contra os fósseis junto às comunidades indígenas e outras comunidades tradicionais por meio do Programa 350 Indígenas e vem reforçando seu posicionamento em defesa das comunidades afetadas por meio da campanha Defensores do Clima. Mais uma vertente das iniciativas apoiadas pela 350.org é da conjugação entre Fé, Paz e Clima.

###
Sucena Shkrada Resk – jornalista ambiental, especialista em política internacional, e meio ambiente e sociedade, é digital organizer da 350.org Brasil

Veja também:
Série Defensores Climáticos rumo à COP-25: Yaku Pérez Guartambel
Série Defensores Climáticos rumo à COP-25: Marcos Sabaru
Série Defensores Climáticos rumo à COP-25: kaiulu Yawalapiti Kamaiura
Série Defensores Climáticos rumo à COP-25: Ninawa Inu Huni Kui, do Acre

As mudanças climáticas no centro da pauta
Sínodo da Amazônia termina com uma proposta conscientizadora sobre as mudanças climáticas
A cultura indígena como porta de entrada de sensibilização
Uma história de respeito ao meio ambiente
Protocolos de consulta indígenas: iniciativa se expande no Brasil
Ailton Krenak fala de sua leitura de mundo no contexto das mudanças climáticas
Papa Francisco inicia Sínodo da Amazônia enfatizando o respeito aos povos originários
Direitos humanos: violência contra povos indígenas aumenta em 2018
Carvão aqui não: todos juntos em solidariedade ao povo Mbya Guarani
Nobel alternativo premia os defensores climáticos Davi Kopenawa e Greta Thunberg
Direito indígena amplia sua visibilidade internacional por meio de lideranças e projeto
A proteção da Amazônia ecoa na voz da mulher indígena